Após análise de documento enviado pela Polícia Civil, o Exército poderá fiscalizar o clube de tiro que teria fornecido o armamento para o episódio. O ofício já foi enviado, segundo o delegado que investiga
Durante o momento da foto, o trânsito foi paralisado para o registro dos homens armados – (crédito: material cedido ao Correio)
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) enviou um ofício à Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército Brasileiro para que seja feita uma fiscalização do clube de tiro acusado de fornecer as armas utilizadas para escoltar uma mulher na Avenida Samdu Norte. O caso repercutiu nas redes sociais, após a publicação de um vídeo. A mulher ficou conhecida como a “dama de vermelho”, pela cor do vestido que usava.
Após análise do documento, o Exército pode fiscalizar a utilização das armas no clube. O ofício já foi enviado, segundo confirmou o delegado à frente do caso, Joás Bragança, da 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte), ao Correio. A reportagem entrou em contato com a força, mas não obteve retorno até a última atualização dessa matéria.
Nesta quarta-feira (23/2), a PCDF apreendeu oito armas que foram utilizadas pelos envolvidos. No vídeo que circula nas redes, a mulher aparece desfilando com um vestido de festa no meio da rua, rodeada por homens que seguram armas. No momento, para a tradicional “foto”, os envolvidos decidem formar uma barreira e parar o trânsito na via. A situação teria sido organizada para registros da prévia de casamento entre a mulher e um homem.
De acordo com o delegado, os armamentos foram recolhidos e o dono do clube foi ouvido. Todos os envolvidos prestarão depoimento e serão responsabilizados, garantiu o investigador. “As armas apreendidas serão periciadas a fim de se verificar se são aptas a realizar disparos ou se são apenas de airsoft. A perícia que irá nos dizer isso. Caso sejam de verdade, os responsáveis responderão por porte ilegal de arma de fogo”, afirmou.
No interrogatório, o dono ainda garantiu que as armas são de pressão. Segundo o investigador, o armamento não aparenta ser de verdade, mas a perícia será realizada de qualquer forma.
O outro lado
Procurado pelo Correio, o clube de tiro enviou uma nota oficial. No texto, o estabelecimento esclareceu que “não tem qualquer envolvimento com o ocorrido, não sendo responsável por qualquer iniciativa relacionada à filmagem, produção ou divulgação do respectivo vídeo.”
Por fim, o clube ressaltou que reafirma o compromisso para com a comunidade em geral de não admitir qualquer tipo de publicidade assemelhada e reiterou que adotou as medidas cabíveis para os esclarecimentos.