A tragédia é consequência do temporal de terça-feira (15/2), que arrastou carros pelas ruas, derrubou casas e deixou rastro de destruição
Luciano Belfort/Reprodução
O número de mortos em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, chegou a 120, segundo o Corpo de Bombeiros. Outras 116 vítimas estão desaparecidas, de acordo com os últimos dados divulgados. A tragédia é consequência do temporal de terça-feira (15/2), que arrastou carros pelas ruas, derrubou casas e deixou um rastro de destruição na cidade histórica.
O tempo permanece instável em Petrópolis. Voltou a chover forte na noite de quinta-feira (17/2), o que fez a Defesa Civil acionar as 14 sirenes. Um alerta foi feito na madrugada desta sexta-feira (18/2) no Morro da Oficina, um dos locais mais devastados pela tempestade, para que os moradores deixem suas casas.
Na manhã desta sexta-feira (18/2), está prevista a visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Petrópolis. Bolsonaro deve ir ao centro de operações e se reunir com o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, com o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, e demais autoridades.
Segundo o boletim da noite desta quinta da Defesa Civil, 24 pessoas foram resgatadas com vida, 849 estão desabrigados e houve 323 deslizamentos na cidade.
Quem conseguiu escapar da tragédia conta o que viu. No momento em que a primeira pedra caiu do Morro da Oficina, no Alto da Serra, o barbeiro Kevin Amorim, de 26 anos, sentiu o risco de deslizamento e correu desesperado para tirar familiares e vizinhos das casas.
Ao todo, 20 pessoas foram resgatas por ele da tragédia que ocorreu após seis horas de chuvas ininterruptas na região.
“Eu estava do lado, salvei todos que pude. Por onde subi (na escadaria), depois não dava para descer mais”, contou.
De acordo com Kevin, em poucos minutos a região se transformou em uma cena de filme de terror. “Tirei uma senhora de 80 anos, que é acamada, e desceu o barranco”. A idosa era uma de suas vizinhas e segue bem.
“Eu e um vizinho buscamos pelas pessoas. Graças a Deus consegui salvá-la”. Hoje, a idosa está no abrigo da Igreja Santo Antônio junto com a família de Kevin.