Inquérito foi disponibilizado à Justiça mineira, que será a competente por julgar o caso que ganhou repercussão em março do ano passado. Segundo apurações, substância usada na vacinação era provavelmente soro fisiológico.
Falsa enfermeira Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas — Foto: Reprodução/TV Globo
A Polícia Federal (PF) indiciou Cláudia Mônica Torres, a falsa enfermeira que vendeu e aplicou supostas vacinas contra a Covid-19, pelos crimes de estelionato, associação criminosa, uso de documento falso e lavagem de dinheiro.
Também foram indiciados outras cinco pessoas, inclusive parentes dela. Integraram o esquema o companheiro de Cláudia, dois filhos, o irmão dela e um amigo da família. Eles vão responder por associação criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro.
A vacinação clandestina, registrada no dia 23 de março de 2021, foi organizada por empresários do setor de transportes, em uma garagem de ônibus na capital mineira. Cada dose do suposto imunizante foi comprada por R$ 600. Na época, apenas profissionais da saúde e parte do grupo de idosos estavam sendo vacinados.
As apurações, porém, constataram que essas pessoas caíram em um golpe e que o material aplicado não era vacina. É difícil, de acordo com a corporação, precisar qual substância foi usada no lugar do imunizante, mas as provas colhidas indicam que o que foi vendido, provavelmente, era soro fisiológico.
Por causa disso, esses empresários e políticos, que tentaram furar a fila da vacinação, deixaram o quadro de investigados e passaram a ser vistos pela corporação como “vítimas de um estelionato”.
Dessa forma, era preciso que essas pessoas fizessem uma representação contra a falsa enfermeira, para a continuação das investigações. Mas, das centenas de pessoas identificadas, que compraram essa falsa vacina, somente duas formalizaram a representação. As outras preferiram não se envolver.
Nas investigações, ficou provado, para a Polícia Federal, que a mulher que se dizia enfermeira, na verdade não era enfermeira. Por isso, o indiciamento por uso de documento falso. A suposta vacina contra a Covid-19, era provavelmente apenas soro fisiológico, resultando nessa incriminação por estelionato. Já as pessoas que tentaram furar a fila da vacinação passaram a ser vítimas de um estelionato e, essas, não responderão por crime algum.
Após esse período, quem tentou comprar as falsas vacinas no esquema, agora, já se vacinou pelo SUS, dessa vez com imunizantes ‘verdadeiros’. O inquérito foi disponibilizado à Justiça Estadual, que será a competente por julgar o caso.
A reportagem procurou o defesa dos indiciados, e o advogado disse que vai se manifestar apenas nos autos do processo.