Hedy Lamarr é, na verdade, o nome artístico da cientista Hedwig Eva Marie Kiesler, responsável por diversas invenções e descobertas que revolucionaram a tecnologia de comunicação. Lamarr nasceu em Viena em 1914, possuía descendência judia e desde pequena recebeu uma educação excepcional, pois para seus pais era algo essencial para a sobrevivência [1].
Lamarr foi uma atriz muito famosa, principalmente por conta de seu papel polêmico (para a época) em “Êxtase”; seu marido, nesse período, até tentou destruir todas as cópias do filme. Em 1933, mesmo ano do lançamento do filme, Hedy se casou novamente com um homem controlador, que a mantinha em cativeiro e a levava para reuniões nazistas. Mas, felizmente, ela conseguiu fugir do país em 1937vendendo suas jóias e naturalizando-se norte-americana em 1953 [2, 3].
Porém, como foi dito anteriormente, Hedy Lamarr foi uma cientista e durante a Segunda Guerra Mundial ela inventou, em parceria com George Anthiel, um aparelho de interferência em rádio para despistar os radares nazistas, isto porque Hady, ao realizar um dueto com George, tocando piano, percebeu que se o emissor e o receptor mudassem constantemente de frequência, os dois poderiam se comunicar sem medo de serem interceptados [2]. No entanto, sua invenção foi rejeitada pelo Conselho Nacional de Inventores por conta do machismo, o que levou ao fracasso dos torpedos americanos por conta de sua imprecisão [3].
Sua invenção só passou a ser utilizada oficialmente em 1962 na Crise dos Mísseis e ficou conhecida somente em 1997 quando a Electronic Frontier Foundation premiou a cientista por sua contribuição para a ciência. E, logo no ano seguinte, a Ottawwa Wireless Technology adquiriu parte de sua patente e a partir da ideia inicial de Hady diversas tecnologias de comunicação foram criadas, como as conexões Wi-fi e CDMA (Acesso Múltiplo por Divisão de Código)e é por esse motivo que a cientista é conhecida como a “mãe do telefone celular” ou “mãe do Wi-fi” [2, 3].
Contudo, a cientista não lucrou com suas invenções e recebeu pouca notoriedade da comunidade científica em relação aos outros cientistas da época. Felizmente, depois de anos, em 1997, recebeu do governo estadunidense uma menção honrosa por “abrir caminhos nas fronteiras da eletrônica” [2].
No final dos anos 1960, a atriz e cientista parou de trabalhar nos cinemas e em 1966 o renomado cineasta Andy Wrhol criou o curta-metragem “Hedy” em sua homenagem, falando sobre sua vida, e no mesmo ano Lamarr lançou sua autobiografia. Durante seus últimos anos de vida, a cientista viveu isolada em sua casa localizada em Orlando [2].
Autora: Rafaela Choqueti Camargo de Meira
Referências:
[1] Ciência Hoje. A mente brilhante de Hedy Lamarr. Disponível em: https://cienciahoje.org.br/artigo/a-mente-brilhante-de-hedy-lamarr/. Acesso em: 23/01/2021.
[2] Patrícia Gnipper. Mulheres Históricas: Hedy Lamarr, a atriz que inventou a base para o Wi-fi. Disponível em: https://canaltech.com.br/internet/mulheres-historicas-hedy-lamarr-a-atriz-que-inventou-a-base-para-o-wi-fi-77347/. Acesso em: 14/01/2021.
[3] Marília Marasciulo. Hedy Lamarr, a “mãe do wi-fi” que fugiu do nazismo para virar inventora e estrela em Hollywood. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-54017008. Acesso em: 23/01/2021.
Fonte: UNICENTRO/PARANÁ