Depois de meses de reuniões e análises técnicas, a Secretaria de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano (Sedhab) concluiu o processo que institui diretrizes para a criação do último grande bairro no Distrito Federal. O documento será publicado nos próximos dias no Diário Oficial do DF. O terreno de 17 mil hectares fica na DF-140, entre São Sebastião e Santa Maria. A longo prazo, a estimativa é de que a população da nova cidade chegue a 900 mil pessoas. A quantidade de habitantes, então, será demograficamente maior do que 13 capitais brasileiras, entre elas João Pessoa, Florianópolis, Macapá e Campo Grande. O número também supera a soma de moradores de três regiões do DF — Brasília, Ceilândia e Taguatinga, que, juntas, totalizam 811 mil indivíduos.
O secretário de Habitação, Geraldo Magela, explica que a criação das diretrizes é uma ferramenta para evitar a ação de grileiros e invasões. “Foi quase um ano de idas, vindas, debates e análises. Estamos retomando o papel de planejador do Estado. Ao longo dos anos, não havia isso, e o que vimos foi a proliferação da ocupação ilegal. Essa é a última grande área de ocupação do DF.” A proposta, segundo o secretário, permite a ocupação plena da área e autoriza os empresários erguerem prédios de seis a 15 andares. “Mas as diretrizes determinam que a região tenha moradia, emprego, educação e lazer. Trabalhamos com o conceito de que é preciso morar, trabalhar, estudar e se divertir no mesmo lugar.”
Com o processo concluído na Sedhab, a próxima etapa para que a nova cidade saia do papel dependerá dos empresários, que deverão elaborar o plano de ocupação. O terreno na DF-140 é dividido entre pequenos, médios e grandes empresários. A Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) é dona de 20% da região (3,4 mil hectares).
Ainda não há previsão de início das obras. Governo e iniciativa privada trabalham há mais de cinco anos no projeto e faltam muitas etapas até as construções começarem. Cada empresa privada deverá, seguindo as diretrizes do governo, fazer um plano de ocupação, que precisar ser aprovado por diversos órgãos governamentais. “Vencida essa etapa, ainda passaremos por análises de meio ambiente, relatórios de impacto ambiental, entre outros. Estamos tendo a oportunidade de trabalhar juntos, abrindo o projeto que cada um está pensando, para procurar integração no sistema viário e evitar que as áreas não sejam conflitantes”, explicou José Luís Wey, diretor de Projetos Especiais da Via Engenharia, uma das empresas participante do projeto.