Como o Índice de Transmissibilidade tem permanecido abaixo de 1, nas últimas semanas também houve uma redução do número absoluto de casos
Com uma média de 35 novos casos registrados nos últimos sete dias, o cenário atual indica estabilização da doença no Distrito Federal. Sem o aumento da ocupação de leitos ou do número de óbitos pela covid-19, a avaliação considera que, apesar do Índice de Transmissibilidade (RT) da covid-19 estar em 0,94, superior ao de uma semana atrás, quando era 0,84, a elevação não significa que a doença esteja progredindo.
A chefe do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Distrito Federal (Cievs-DF), Priscilleyne Reis, explica que o RT indica a variação do número de casos frente a um período anterior. Um RT de 1 significa uma estabilização do número de infecções e, neste momento, o quantitativo tem se mantido em torno de 30 por dia. “O número de casos ativos é muito importante. E o número de casos ativos está baixo”, ressalta.
“Um RT de 0,89 hoje é diferente de 90 dias, de 120 dias atrás, que era de 0,89 com 800 casos”, completa o subsecretário de Vigilância à Saúde substituto, Fabiano dos Anjos. Na prática, quando havia mil casos diários, um RT de 1 indicava mais mil casos. Hoje, com 35 casos identificados em um dia, se o RT chegar a 1 isso significará mais 35 casos. “Se no dia seguinte a quantidade for a mesma, o índice RT será de 1, apesar de a quantidade absoluta ainda ser pequena”, exemplifica Fabiano dos Anjos. Como o índice tem permanecido abaixo de 1, nas últimas semanas também houve uma redução do número absoluto de casos.
Segundo Priscilleyne Reis, outros indicadores ajudam a compreender o quadro atual da pandemia no DF, como a proporção de positividade dos testes realizados e a ocupação dos leitos. Às 10h desta quarta-feira (15), estavam ocupados 20 dos 55 leitos de UTI covid da rede pública. Das 99 vagas de enfermaria para pacientes com a doença, 75 estavam disponíveis.
“O atual momento epidemiológico que o Distrito Federal vive é muito diferente do que vivemos anteriormente. A gente não tem indícios que apontem para aumento de gravidade, aumento de letalidade, aumento da taxa de hospitalização e, consequentemente, aumento do número de óbitos”, finalizou o subsecretário de Vigilância à Saúde substituto.
Ampliação de serviços
O secretário adjunto de Assistência à Saúde, Fernando Erick Damasceno, afirmou que a secretaria trabalha diariamente nas ações de enfrentamento à covid-19 e no monitoramento dos impactos da pandemia no Distrito Federal, mas a queda do número de casos permite voltar a dar atenção a outros aspectos da saúde pública. “O cenário nos dá tanto a margem para o planejamento das ações como também da recuperação dos serviços essenciais”, diz.
O médico lembrou que, nesta quinta-feira (16), foi inaugurada uma nova unidade básica de saúde no Vale do Amanhecer, em Planaltina, com capacidade para 200 atendimentos diários. Também destacou a assinatura dos acordos de gestão local com 21 unidades de saúde mental. As medidas fazem parte das ações para fortalecer o atendimento da Atenção Primária e da Atenção Secundária. “A gente vai ter sempre um olho na pandemia e outro na retomada”, afirma Fernando Erick Damasceno. (JBr)