O fenômeno La Niña é caracterizado pela queda de mais de 0,5º C na temperatura da superfície do Oceano Pacífico
RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – O fenômeno La Niña é o responsável pela onda de frio que se abateu sobre cidades como o Rio de Janeiro em outubro. Segundo a Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), essa condição climática deve ter impacto no Brasil pelo menos até o fim do verão, mas há 50% de chances que vá até o fim do outono, em junho. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.
O fenômeno La Niña é caracterizado pela queda de mais de 0,5º C na temperatura da superfície do Oceano Pacífico -enquanto o El Niño é causado pelo aquecimento das águas. Neste ano, o Sudeste viveu uma temporada de chuvas por esse motivo -já em 2020, houve estiagens causadas pela La Niña.
Além do impacto imprevisível no Sudeste, o fenômeno aumenta o volume de chuvas nas regiões Norte e Nordeste, enquanto provoca estiagem no Sul do país.
“Dependendo do ano, essa área mais seca se estende até o Sudeste, o Centro-Oeste. Neste ano, a área de chuva foi ampliada”, explica o especialista Giovanni Dolif, do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).
Ainda segundo Dolif, o impacto do fenômeno na baixa dos reservatórios de hidrelétricas e barragens para a captação de água deve durar anos.
“A seca dos reservatórios não é fruto apenas de um verão e um inverno com pouca chuva”, afirmou Dolif, se referindo ao que ocorreu no ano passado. “Estudos do Cemaden mostram que nas últimas duas décadas tivemos um comportamento de chuvas diferente do registrado em anos anteriores, compatível com um planeta mais aquecido.”.