A Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal prendeu nesta quinta-feira (27) quatro policiais por publicações ofensivas à corporação em redes sociais. Segundo a assessoria da PM, um dos presos é oficial e os outros três são praças. Não foi informada a patente nem o local de atuação dos detidos.
As prisões foram determinadas pela juíza da auditoria militar. Um dos PMs foi identificado como um dos responsáveis por um blog que tem publicado críticas ao GDF e à corporação.
A Corregedoria efetua as prisões seis dias após outros doze policiais serem detidos por envolvimento com a operação tartaruga. A PM informou que os policiais cometeram crime militar e devem permanecer encarcerados até decisão da Justiça.
A corporação não se pronunciou sobre o conteúdo divulgado nas redes sociais. Segundo a PM, a lei prevê que militares possam ser presos em caso de crítica e ofensas às guarnições.
As prisões desta quinta são diferentes das que ocorreram na semana passada. Os doze presos por participação na operação tartaruga estão respondendo a processos administrativos, que foram abertos na última sexta-feira (21).
Os processos podem originar de advertência até a expulsão da corporação, afirmou o corregedor-geral da PM, Civaldo Florêncio. Os policiais podem pegar até dois anos de prisão caso sejam condenados.
Nesta quarta (26), um grupo de PMs ocupou a entrada da Câmara dos Deputados em ato contra as prisões da última semana, contra a proposta de reajuste salarial do GDF e pela reestruturação de carreira da categoria.
A ocupação terminou cerca de uma hora depois , quando uma comissão de deputados distritais conversou com o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN). Durante a reunião, as distritais pediram para que o parlamentar entre em contato com o governo do DF para pedir que os policiais sejam soltos. A justificativa foi que as prisões são administrativas, sem decisão judicial.
Os policiais militares em protesto disseram que se acontecessem novas prisões eles iriam adotar a “operação legalidade” durante o Carnaval. A operação consiste em reduzir a atividade policial. Os PMs deixam, por exemplo, de auxiliar na investigação no período imediato à prática de um crime e trafegam com as viaturas apenas na velocidade da via.
Sobre a possibilidade de uma nova ação de menor atividade policial, a PM informou nesta quinta-feira que os comandados devem seguir a linha de serviço da corporação e que o não cumprimento pode gerar penalidades, como a prisão de envolvidos.